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quinta-feira, 2 de maio de 2013

Paraíba tem 9 hospitais infantis para mais de 700 mil crianças.

Sem vagas, crianças disputam enfermarias com adultos; CRM denuncia desrespeito às normas da Anvisa.

A Paraíba possui 740.379 crianças e apenas nove hospitais pediátricos que funcionam de forma precária e desrespeitam pelo menos quatro normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o atendimento a crianças em hospitais de todo o Brasil.  As unidades estão concentradas em apenas três cidades: João Pessoa, Campina Grande e Patos. De acordo com o Conselho Regional de Medicina da Paraíba, o atendimento de crianças em hospitais gerais é arriscado e gera traumas. 
O órgão aponta irregularidades no Hospital Público Infantil de Campina Grande e aponta que, na Capital, o Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena não dispõe de dependências adequadas para o atendimento pediátrico, enquanto que no Hospital do Valentina crianças disputam espaços com adultos na mesma enfermaria. 
Dos nove hospitais especializados em pediatria no Estado, dois são administrados pelo Estado e os demais são municipais ou privados. No total, sete estão situados na Capital, um em Campina Grande e um em Patos, segundo o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde. 
Internar pacientes de acordo com a faixa etária, patologia, sexo e intensidade de cuidados; realizar atividades de recreação; prestar assistência pedagógica infantil, quando o período de internação for superior a 30 dias e designar pediatra em regime de plantão são algumas das determinações da Anvisa para o atendimento a crianças em hospitais de todo o País. Na Paraíba, no entanto a realidade é bem diferente do que determina a Anvisa.
Déficit de leitos e médicos
De acordo com o diretor do Departamento de Fiscalização do CRM-PB, Eurípedes Mendonça, os hospitais infantis no Estado funcionam de forma precária e, com poucos leitos, crianças passam a ser atendidas em hospitais gerais, onde as normas da Anvisa não são respeitadas. “O Hospital Público Infantil de Campina Grande é um exemplo. Lá, não há marquise em frente à unidade e crianças se molham na chuva no trajeto do veículo para entrada do hospital. Faltam profissionais e a estrutura física é muito precária”, revelou.
Em Guarabira, o único hospital infantil da cidade que atendia pelo SUS  foi fechado há pouco mais de um ano, o que resultou na superlotação do Hospital Regional de Guarabira e no Hospital Infantil Arlinda Marques, na Capital. Uma inspeção do CRM no Arlinda Marques constatou que lá a espera é de até três dias.
Fonte: PC
António Góis

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