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quinta-feira, 21 de março de 2013

PB perde 5,5 mil vagas no bimestre.

Eliminação de postos de trabalho acumulada no primeiro bimestre deste ano é praticamente o dobro das registradas no ano passado.

A Paraíba perdeu 3.193 postos de trabalhos no mês de fevereiro, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados ontem. A eliminação de postos de trabalho acumulada no primeiro bimestre deste ano chega a 5.590, ou seja, praticamente o dobro das demissões registradas no mesmo período do ano passado (-2.823). Quem impulsionou a baixa no acumulado foram os setores da indústria de transformação (-4.305) e agropecuária (-2.238)
Ao avaliar o número de pessoal demitido e admitido nos municípios em fevereiro, o estudo mostrou que Santa Rita lidera o ranking, tendo demitido 2.400 trabalhadores. Segue nesta lista Mamanguape, com 40 perdas. João Pessoa apresentou saldo positivo de 404 postos de trabalho, tendo contratado 6.237 pessoas e dispensado 5.833. Campina Grande também apresentou saldo positivo (15). O número de admissões na cidade foi de 1.497 trabalhadores e demitidos 1.482.
No mês passado, segundo o Caged, o setor da construção civil demitiu 32 pessoas. O número foi bem inferior se comparado com fevereiro de 2012, cujas perdas foram de 208 trabalhadores. Os saldos positivos que mais se destacaram foram nos setores de serviço (438) e comércio (107).
Segundo o supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese-PB), Renato Silva, as demissões na indústria de transformação e agropecuária refletem ainda os problemas climáticos que causam a redução na produção agrícola. “Estamos no período da entressafra e as perdas de postos de trabalhos são comuns, mas este ano isso está sendo potencializado pelas irregularidades das chuvas. Vale lembrar que há cerca de três anos a safra vem decrescendo por causa de questão climáticas e também outros fatores, como a participação da agricultura na economia nacional. Este setor vem reduzindo sua participação porque podemos observar uma diminuição na área rural devido à urbanização maior das cidades”, disse Renato Silva.
Já o presidente do Sindicato da Indústria de Produção do Álcool da Paraíba (Sindalcool), Edmundo Barbosa, afirmou que as perdas nas plantações de cana-de-açúcar são bastante significativas por conta da estiagem. “Este ano, a safra da cana-de-açúcar terminou um mês mais cedo e começou um mês mais tarde e houve uma redução de 30% na última safra. Com isso, ocorreram desligamentos de pessoal mais cedo. Essa perda na safra caracteriza a dificuldade da sustentabilidade da produção agrícola diante da estiagem”, frisou.
Edmundo Barbosa disse ainda que as novas contratações no setor devem ocorrer a partir de julho. “Estamos trabalhando para que o fator água seja encarado como fator de competitividade, mas, com o novo período de plantio, as contratações devem recomeçar em julho“. Segundo o presidente do Sindalcool-PB, o agricultor não deve ficar na condição de mero espectador desta situação, mas lutar por melhorias no processo de irrigação do campo.
NO PAÍS
No país, o saldo líquido de empregos formais gerados em fevereiro foi de 123.446, o pior resultado para o mês desde 2009, quando houve geração líquida de 9.179 postos pela série sem ajustes. A abertura de vagas no mês passado caiu 18% em relação a fevereiro de 2012, quando somou 150.600.
No acumulado do ano até fevereiro, houve a geração de 170.612 postos líquidos de trabalho, já considerando os ajustes feitos em janeiro. Isso porque o Ministério do Trabalho aumentou o dado de 28.900 para 47.166 novos postos em janeiro deste ano.
ESTADO REGISTRA A 3ª MAIOR QUEDA DO NORDESTE
O estudo do Caged apontou que a Paraíba se posiciona como terceira maior baixa da região Nordeste, apresentando 3.193 demissões no mês passado. As baixas foram lideradas por Alagoas (-7.773) e Pernambuco (-4.370). O Nordeste foi a única região do país que registrou saldo negativo em fevereiro, ao perder 15.881 vagas.
Em quarta posição está o Maranhão (-1.217), e em seguida Rio Grande do Norte (-844). Em sexto lugar surge o Piauí, com menos 345 empregos.
O Ceará foi o único estado que apresentou saldo positivo de 3.060 vagas no mês passado. O estudo apontou saldo negativo também em Sergipe (-123) e na Bahia (-76).
Fonte: JP

António Góis

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